Em 2017 a ATP anunciou a criação da Next Gen, uma réplica do ATP Finals, mas para jogadores sub-21. O objetivo era claro, dar notoriedade aos mais novos e tentar fomentar a competição durante todo o ano competitivo, de forma a que os jogadores com menos de 21 anos tivessem um objetivo comum no final da temporada: a qualificação para a Next Genaration ATP Finals.
Isto também permitiu dar alguma relevância extra a estes jogadores em meios como as redes sociais, dando a conhecer melhor as jovens promessas do circuito mundial. Mas houve também um problema associado a tudo isto. A expectativa. A Next Gen começou a ser vista quase como uma promessa de que aqueles que se qualificavam eram/são o futuro do ténis.
Efetivamente a probabilidade de isso acontecer é bastante elevada e o campeão em título é nada mais nada menos do que Carlos Alcaraz, atual número 1 do mundo. Jannik Sinner também foi um dos protagonistas no passado desta competição, assim como Stefanos Tsitsipas. Ou seja, há grandes nomes do ranking mundial atual que passaram pela Next Gen e efetivamente tiveram sucesso, e estão a ter sucesso.
O problema começa quando esta competição é usada para comparar a atual geração de jogadores com os chamados Big Three, que falo aqui. Não é possível comparar o incomparável. Roger Federer já se retirou, e apesar de Rafael Nadal e Novak Djokovic continuarem em atividade, não será por muitos mais anos. Mas não podemos esperar que depois da melhor geração de sempre da modalidade venha outra.
Carlos Alcaraz e Jannik Sinner proporcionaram um encontro extraordinário no Open do Estados Unidos este ano, e será provavelmente a próxima grande rivalidade a seguir no ténis mundial, mas pensar que serão capazes do mediatismo e dos títulos conquistados pelos seus antecessores, pode ser pedir demasiado.
Falarei certamente num futuro próximo sobre as razões que, na minha opinião, não permitem que aquela que já foi a Next Gen – falo de Tsitsipas, Zverev ou Thiem – consigam alcançar a glória que era vista como possível, e da possibilidade de vermos Alcaraz ou Sinner por muitos mais anos no topo.
Uma coisa é certa, a Next Generation ATP Finals veio proporcionar mais espetáculo e expectativa sobre quem pode ser o próximo grande jogador do circuito e quem podem ser aqueles a discutir a liderança. Veio também abrir as portas para novas experiências no ténis, como jogos sem juízes de linha ou campos apenas com as linhas de singulares. E vocês, o que acham desta iniciativa?