Roger Federer: Regresso feliz?

By Admin

Roger Federer tem estado ausente do circuito há mais de um ano, depois de ter sido submetido a uma terceira cirurgia ao joelho, após a derrota nos quartos de final de Wimbledon em 2021. E apesar dos seus 40 anos, parece que ainda há algo que o suíço tem a provar. 

Será já no final do próximo mês– se nada se alterar até lá – que um dos maiores nomes da modalidade vai fazer o seu regresso à competição, com a Laver Cup, a realizar-se na O2 Arena em Londres, de 23 a 25 de Setembro. Mas há várias questões em torno deste regresso daquele que é para muitos o melhor de sempre. 

  • Será que vale a pena tentar voltar à elite, agora com 40 anos? 
  • Será Roger Federer capaz de apresentar um nível competitivo elevado? 
  • Estará Federer a arriscar colocar todo o seu legado em jogo por apenas mais uma run no circuito profissional? 
  • Estará demasiado velho? 

Bem, é bom lembrar que em 2017, depois de uma operação ao joelho no ano anterior, o tenista helvético regressou ao Open da Austrália para ganhar aquele que na altura foi o seu 18º título do Grand Slam, quando muitos afirmavam que estava velho e acabado. Nesse mesmo ano conquistou Wimbledon e, em 2018, revalidou o título conquistado na Austrália, atingindo assim a marca dos 20 títulos do Grand Slam. Algo inédito no circuito masculino há 4 anos, entretanto “banalizado” por Rafael Nadal e Novak Djokovic, que já contam com 22 e 21 títulos respetivamente. Mas esta discussão que já todos vocês estão a pensar, está num outro post, aqui. 

O ponto é, não estamos em 2017, e a idade continuou a avançar para todos, incluindo para Roger Federer. O suíço conta já com 40 anos e o circuito está cada vez mais competitivo e com novos talentos, sedentos de derrubar a velha guarda e afirmar o seu ténis, tornando a tarefa de Federer bem mais complicada do que em 2017. Ainda assim, não devemos ignorar o facto de atletas como o suíço por vezes terem motivações que a nós nos são completamente alheias. 

Não acredito num regresso em que Federer não acredite que pode ser minimamente competitivo e voltar a ganhar torneios, e quem sabe, até mesmo um Grand Slam. Isto claro, na cabeça dele. Assim como não acredito que coloque o seu legado em causa por um regresso que pode ser totalmente falhado. Nos últimos anos, após ter surgido os primeiros problemas graves no joelho, a gestão de torneios e jogos por parte do suíço começaram a ser muito minuciosas, exatamente para conseguir jogar apenas aqueles torneios que sabia que poderia dar boa réplica e que seriam benéficos para um único título: Wimbledon. 

E aqui, fica a minha aposta. Este regresso na Laver Cup não acontece por acaso. É uma competição que tem em letras grandes a assinatura de Federer, mas ao mesmo tempo onde a gestão da fadiga e de como e quando jogar vão ser um fator chave para o ex-número 1 do mundo voltar a ganhar ritmo competitivo diante (e ao lado) dos melhores jogadores do mundo.  

Será quase que uma prova “fantasma” – entre muitas aspas, tendo em conta a atenção mediática que terá- onde se pode exibir a quase qualquer nível que as críticas não serão tão duras como se fosse num torneio ATP. Nível esse que vai ditar, na minha opinião, toda a época de 2023, época essa que se focará apenas num objetivo – sim esse mesmo – Wimbledon.  

Fantasia ou não, penso ter na minha cabeça a reforma ideal para o campiníssimo suíço. Court central de Wimbledon, domingo da segunda semana de competição, final diante de Rafael Nadal, e um tie-break do 5ª set ganho com um serviço ao T.  

Discurso final com a nota de que foi o último torneio da carreira e de que é o fim de uma era no ténis como o conhecemos. Que tal? Sim, eu sei, pode ser uma fantasia quase impossível, mas acho que podemos todos concordar que deve ser isso que passa pela cabeça de Roger Federer como encontro ideal para a reforma. Duvido que seja em 2023, ou que venha mesmo a acontecer assim, mas não acredito num regresso inglório também. 

Vamos esperar para ver o que reserva a Laver Cup, assim como Roger Federer apresenta o seu ténis. Falaremos certamente mais vezes sobre o suíço aqui, seja para felicitar o 21º Grand Slam, ou para recordar uma carreira inédita que acabou. Fiquem por aí.