Já aqui falámos da Next Gen e a expectativa que esta trouxe para o circuito, mas também a possibilidade que proporcionou a jovens jogadores de brilhar e se mostrarem ao mundo. Este ano o vencedor foi norte americano Brandon Nakashima, e com 21 anos está já no top 50 mundial, mas este foi a sua última participação neste torneio da nova geração. Quer isto dizer que, a partir de 2023 deverá assumir-se como um jogador a ter em conta. Ou será que não?
Bem, esta questão não é inocente. Se Next Gen Finals é uma competição que dá a conhecer ao mundo os jovens mais promissores do ano, é também certo que não é garantido o sucesso de nenhum dos participantes, apenas por terem sido um dos 8 melhores jovens até 21 anos, do ano civil.
E se olharmos para os vencedores das edições já realizadas, a verdade é que apenas Chung Hyeon não está no top 20 do circuito ATP no final de 2022. Blindado com lesões, é verdade, apenas conseguiu mostrar-se ao mundo entre 2017 e 2019, onde começou o seu calvário, mas se olharmos para os anos seguintes, Tsitsipas, Sinner e Alcaraz (os vencedores em 2018, 2019 e 2021. Respetivamente) têm estado entre a elite do ténis mundial. Mas o tema aqui é Brandon Nakashima.
O tenista norte americano tem vindo a dar sinais de evolução claros desde 2021, onde se apresentou pela primeira vez nas Next Gen Finals, alcançando também as suas duas primeiras finais de carreira em torneios ATP, assim como uma subida ao top 70 mundial. Contudo, foi em 2022 que Nakashima mostrou estar pronto para grandes palcos, com a chegada à terceira ronda de Roland Garros e à quarta ronda de Wimbledon, perdendo para Zverev e Kyrgios, respetivamente.
Essencialmente em Wimbledon vimos um jogador com muita qualidade, intensidade de jogo e uma capacidade mental de se manter concentrado e sem errar nos momentos importantes. Ainda assim, diante de alguém como Nick Kyrgios (que na altura estava a apresentar um ténis fantástico e chegou mesmo à final) Nakashima pareceu algo perdido e sem saber o que fazer ao seu jogo para contrariar a enorme variedade e imprevisibilidade apresentada pelo australiano.
No fim do ano, mais uma vez apurado para as Next Gen Finals, o atual nº47 da hierarquia mundial não só se apurou como venceu o torneio deixando antever uma excelente temporada de 2023. Como já falámos aqui, é necessário muito mais do que técnica e tática para se alcançar o topo do ténis, e também evitar lesões para que a regularidade nas fases finais dos grandes torneios seja uma realidade.
Brandon Nakashima pode não ser o nome mais norte americano que esperamos ouvir, mas pode estar aqui mais um jogador nascido nos EUA pronto a atacar o top 15, juntando-se a Taylor Fritz e Frances Tiafoe. E digo pode, porque o percurso de 2021 e 2022 não são garantia de nada, mas sim excelentes indicadores. Para o bem da modalidade e do próprio Nakashima, certamente iremos torcer por ver o norte americano a ser figura presente de forma constante nos grandes palcos do ténis mundial. Acima de tudo, acredito no potencial de Brando Nakashima e acredito que tem o que é necessário para atacar o topo da hierarquia, caso nada e anormal aconteça.